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Descarbonizar a indústria europeia do Vidro de Embalagem

Como é que as embalagens de vidro dão resposta às actuais preocupações climáticas? Estudos recentes mostram que a sensibilização para a reciclagem do vidro e as preocupações com o impacto ambiental e a saúde são cada vez mais determinantes nas decisões de compra quotidianas dos consumidores. Todos nós dependemos de embalagens todos os dias, e o vidro tem o melhor desempenho na abordagem das questões ambientais.

Para tornar o vidro uma solução de embalagem ainda mais sustentável, a indústria vidreira tem feito um investimento continuo na descarbonização, na eficiência energética e na modernização das fábricas, com o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica, por exemplo, com a substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis, como o hidrogénio, a biomassa e a eletricidade verde. Os fabricantes de vidro estão constantemente a explorar novas tecnologias de fornos com o objetivo de reduzir as emissões directas de CO2.

A eficiência energética dos fornos de vidro é a maior fonte de emissões de gases com efeito de estufa na indústria e representa o principal desafio para alcançar a neutralidade carbónica enquanto indústria. É necessária uma nova tecnologia de fusão do vidro para descarbonizar com êxito a indústria. Vários fabricantes em toda a Europa estão já a testar e a desenvolver os chamados “Fornos do Futuro”.

Uma produção sustentável e neutra para o clima

Até 2050, a indústria do vidro de embalagem pretende transformar a sua produção para oferecer soluções de embalagem totalmente neutras em termos de carbono, para além de totalmente circulares. Sendo um sector de utilização intensiva de energia, a indústria investe continuamente na redução e otimização do seu consumo energético e na mudança para energias verdes e renováveis – para reduzir os impactos ambientais globais e os custos associados ao fabrico das embalagens de vidro.

A indústria já percorreu um longo caminho na descarbonização da sua produção. Atualmente, consome 70% menos energia, emite 50% menos CO2 e as embalagens de vidro são 30% mais leves, do que há cinquenta anos. No entanto, são necessárias mudanças significativas para atingir o objetivo de zero emissões de carbono.

A transição para uma produção neutra para o clima exige um elevado montante de capital e de despesas operacionais. O apoio e o financiamento do sector público são, por conseguinte, importantes para ajudar a indústria a implantar as tecnologias necessárias para cumprir os objectivos de descarbonização estabelecidos pelo Acordo de Paris sobre o Clima: uma redução de -61% das emissões de CO2 até 2030, em comparação com 2005, e uma neutralidade líquida de carbono até 2050.

Como está a indústria do vidro de embalagem a trabalhar para um futuro com impacto neutro no clima:

1. Reduzindo 60% das emissões directas de CO2 dos fornos, através de uma transição energética nas tecnologias de fusão
Os Fornos do Futuro: a ambição partilhada da indústria vidreira, para um futuro com baixas emissões de carbono

Até 2050, a indústria do vidro de embalagem tem por objetivo conseguir revolucionar a forma como produz vidro: neutra para o clima e de acordo com a economia circular. Quer se trate de um fabricante, de uma marca ou de um consumidor, a redução das emissões de carbono é um desafio partilhado que exige soluções inovadoras de todos. A visão conjunta dos Fornos para o Futuro (F4F) representa a ambição da indústria para tornar as embalagens de vidro neutras em termos de carbono. Em suma, todos os caminhos possíveis para a descarbonização estão a ser explorados, como a biomassa, o hidrogénio e a eletrificação. Um marco fundamental para a neutralidade climática das embalagens de vidro

Fornos do Futuro: visão

Para ajudar a garantir o futuro da indústria vidreira europeia numa economia circular e com impacto neutro no clima, são necessárias muitas vias “disruptivas” para descarbonizar o processo de produção. As empresas vidreiras europeias já têm vindo a investir significativamente na descarbonização dos seus processos de fabrico e continuarão a investir para fabricar produtos de vidro adequados a uma sociedade eficiente em termos de recursos e com baixas emissões de carbono.

A indústria orgulha-se de produzir embalagens saudáveis, reutilizáveis e infinitamente recicláveis em circuito fechado. O vidro é um material permanente, o que significa que pode ser reciclado infinitamente sem perda das suas propriedades intrínsecas; é inerte e mantém-se sempre saudável e seguro para embalagens de qualidade alimentar, independentemente do número de vezes que é reciclado. Ao abordar as emissões de carbono da nossa indústria, podemos oferecer uma solução de embalagem totalmente neutra para o clima, para além de ser totalmente circular.

A indústria do vidro está empenhada em embalagens com impacto neutro no clima. Para o conseguir, os fornos híbridos foram investigados e avaliados através de uma abordagem setorial colaborativa liderada pela FEVE (Federação europeia de Vidro de Embalagem) como uma potencial nova tecnologia para complementar as iniciativas individuais de redução de carbono. Os fornos híbridos procuram substituir uma grande parte do gás natural atualmente utilizado, por eletricidade. Para ajudar a garantir o futuro da indústria europeia do vidro numa economia europeia circular e com impacto neutro no clima, é crucial explorar também todas as vias possíveis para a descarbonização, como a biomassa, o hidrogénio e a eletrificação.

Embora se trate essencialmente de uma transição energética, o sector enfrenta numerosos desafios.

A transição para uma produção neutra em termos climáticos exige enormes despesas de capital e operacionais; o apoio e o financiamento do sector público são, por conseguinte, importantes para ajudar as indústrias a implantar as novas tecnologias inovadoras, para ser possível cumprir os objectivos de descarbonização para 2050 estabelecidos pela Lei do Clima da UE.

2. Reduzindo 20% através da incorporação de vidro reciclado, na produção de novas embalagens

Estes 20% de emissões de CO2 provêm da fusão de matérias-primas virgens no forno. Estas podem ser eliminadas através da substituição das matérias-primas por vidro reciclado (casco). Cada tonelada de vidro reciclado poupa 1,2 toneladas de matérias-primas virgens, com uma redução de energia de 3% por cada 10% de vidro reciclado no forno e uma redução de 5% das emissões de gases com efeito de estufa.

A maior parte do vidro reciclado acaba por voltar ao ciclo de produção: a mistura média dos lotes contém 52% de conteúdo reciclado. No entanto, para fechar o ciclo, a reciclagem das embalagens de vidro depende de todo um conjunto de parceiros que têm de trabalhar em conjunto para recolher mais vidro e de melhor qualidade para reciclagem.

A iniciativa Close the Glass Loop, que em Portugal deu origem ao Vidro+, é uma plataforma multilateral que visa unir a cadeia de valor da recolha e reciclagem do vidro e estabelecer parcerias que resultem em mais reciclagem, de embalagem de vidro usadas em novas embalagens de vidro. O Close the Glass Loop tem como objetivo aumentar e melhorar os hábitos de reciclagem dos consumidores, reunindo autoridades locais, autarquias, marcas, recicladores e fabricantes – para alcançar uma taxa de recolha de embalagens de vidro usadas de 90% até 2030.

3. Incentivando o investimento e adaptando a regulamentação para abordar outras emissões industriais

A indústria tem uma preocupação na abordagem não só do CO2, mas também de outras emissões provenientes do seu processo produtivo. No entanto, o processo de transformação exige investimentos importantes nos próximos anos. O quadro regulamentar tem de permitir um ambiente propício ao investimento, que é fundamental para a concretização dos objectivos políticos da UE. Deve combinar cuidadosamente os incentivos à redução da poluição e proporcionar flexibilidade suficiente para a integração de tecnologias novas e potencialmente disruptivas.

 

Para OUTRAS informações sobre a atividade da AIVE, consulte o website oficial aqui.

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